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Govtech: o que é, seus benefícios e os principais recursos

4 Mins de leitura

Você sabe o que é uma govtech? Com certeza, já leu ou ouviu por aí inúmeras vezes o quanto a tecnologia tem transformado tudo à nossa volta, impactando o dia a dia de diversas maneiras, certo? Mas, sabia que ela também está gerando incontáveis reflexos no âmbito governamental?

Da mesma maneira que as famosas fintechs vêm provocando uma verdadeira revolução no setor financeiro, e que as — ainda um pouco menos populares — edutechs têm tentado mudar o processo de ensino-aprendizagem por meio da tecnologia, mais recentemente, as govetchs vêm ganhando espaço.

De forma simples, o intuito é entregar soluções com o emprego de avanços tecnológicos disruptivos para suprir demandas governamentais. Em razão da relevância do tema, vamos explicar seu conceito, o surgimento e outras informações relevantes. Boa leitura!

Qual é o conceito de govtech?

De maneira resumida, elas são o que nós podemos chamar de “evolução das startups”, no entanto, com a finalidade de atender ao governo e seus departamentos. Por consequência, podem impactar positivamente tanto os servidores públicos quanto os administrados — nós, a população.

Contudo, uma definição um tanto mais precisa e detalhada seria a união de soluções inovadoras e de tecnologia que são usadas na esfera governamental com o fim tanto de executar as atividades internas quanto de prestar melhores serviços ao povo. Além disso, em alguns casos, há o estabelecimento de parcerias que abarcam os setores privado e público para gerar mais qualidade nas prestações de natureza positiva.

Como se deu o seu surgimento?

É possível afirmar que as govtechs são o resultado da tecnologia empregada com o objetivo de sanar as necessidades — nos mais diversos níveis — do setor público. Nesse sentido, elas entregam serviços que se utilizam tanto de recursos digitais quanto do conhecimento dos servidores mais engajados na atuação em prol dos administrados.

Os seus usuários, como dito, são os governos, diretamente beneficiados por essas “startups” nas mais variadas frentes. Como exemplos, podemos citar a implementação de políticas públicas, a disponibilização de meios de contato alternativos, o engajamento da sociedade, a publicidade das informações etc.

Por que elas representam uma tendência atualmente?

Se há uma palavra-chave determinante dentro do contexto que vivenciamos nos últimos tempos, com certeza, é “disrupção”. Mudar deixou de ser visto como “algo necessário” e se tornou uma obrigação. Os governos que são considerados mais modernos em âmbito mundial já enxergam há algum tempo todo o potencial que tem a tecnologia e já perceberam como ela pode contribuir (e muito) com uma atuação mais fluida e que atenda mais efetivamente às demandas populacionais.

Então, a desconstrução dos modelos de gestão que já se tornaram ultrapassados é algo imperativo. Mais do que nunca, é fundamental que a máquina pública esteja ambientada — na prática — diante das inúmeras novidades e que compreenda o sem-número de vantagens que essa era da transformação digital pode trazer (e das quais se pode dispor) para tornar a atuação estatal aprimorada.

Quais são os seus recursos principais?

As possibilidades de transformação que a tecnologia desenvolvida e empregada no setor privado pode levar ao governo se adotada são inúmeras. As govtechs, hoje, representam não apenas a oportunidade de tornar mais ágil a administração interna dos órgãos governamentais, mas também a possibilidade de reduzir ao máximo — ou, de fato, eliminar — as burocracias e os prazos atualmente praticados.

Consequentemente, trazem bem mais eficiência e, inclusive, transparência no que tange ao emprego dos recursos públicos. Logo, o que acontece é que o Poder Público, por meio de medidas abertas de inovação, não somente apoia, mas também contrata serviços e produtos criados por essas empresas e escalona essas soluções.

Com isso, é possível atingir um número expressivamente maior de pessoas, e as govtechs desempenham exatamente esse papel, funcionando como uma alternativa para que o Estado entregue mais qualidade de vida à população e apresente uma administração com uma performance melhorada.

Quais são os seus diferenciais?

Conforme um relatório do GovTech Brasil, de 2018, o futuro esperado para os próximos anos é um tempo em que a população:

  • veja com bons olhos a possibilidade de interagir com o governo, em uma experiência positiva;
  • consiga estabelecer uma comunicação menos ruidosa com o Estado e participar mais ativamente da vida pública, por meio de qualquer canal, de forma mais célere e simples;
  • possa mensurar de modo mais preciso a qualidade das prestações estatais positivas e a performance governamental;
  • confie efetivamente na utilização eficiente dos recursos públicos por parte do governo — havendo uma total transparência nesse sentido — e na manutenção da proteção e privacidade dos seus próprios dados.

E esses não apenas representam os diferenciais dessas startups, mas, principalmente, os aspectos que devem ser por elas explorados. Contudo, segundo a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, é imprescindível que as três esferas estejam verdadeiramente envolvidas com o objetivo de orientar e potencializar o amplo campo de atuação das govtechs.

Ainda que o cenário seja visto com complexidade em um primeiro momento, as govtechs podem impactar positivamente — e até mesmo de maneira direta — a vida de milhões de cidadãos, nas mais distintas áreas, por meio, por exemplo:

  • da digitalização dos processos, gerando economia de dinheiro público;
  • da promoção da transparência, ampliando a confiança por parte da população;
  • da expansão do número do que se conhece por Smart Cities — haja vista que, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é esperado que, em 2050, a população mundial chegue a nove bilhões de habitantes, com aproximadamente 70% residindo em centros urbanos.

Embora a concepção de govtech ainda esteja, aos poucos, ganhando mais popularidade por aqui, as perspectivas dessa parceria são bastante positivas. Afinal, torna-se cada vez mais fundamental que haja um melhor direcionamento dos recursos públicos e uma gestão estatal mais moderna e automatizada.

Apenas por meio dos benefícios que essa transformação digital pode promover é que será viável construir uma relação de maior confiança entre sociedade e Estado. Com govtechs, consequentemente, haverá uma população mais satisfeita com as prestações positivas, mais estratégicas e efetivas.

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Sobre o autor
Diretor da Vertical Contábil da Alterdata.
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