Contabilidade

6 diferenças entre procedimentos contábeis nacionais e internacionais

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Alinhar procedimentos contábeis é um dos maiores desafios que os profissionais dessa área enfrentam no dia a dia. Ocorre que a linguagem contábil de um país pode ser eficiente para operações nacionais, mas pode dificultar movimentações internacionais.

Considerando as necessidades que as empresas têm de aumentar seu mercado, esse pode ser um problema inesperado para os gestores buscando expandir seus negócios, mas ele não deve ser motivo de surpresa para profissionais contábeis.

De qualquer forma, é possível lidar com essas diferenças na forma como cada país lida com tributos. É o que vamos mostrar agora. Saiba mais sobre contabilidade internacional, as formas de trabalhar com ela e de que maneiras fazer dela peça chave na construção de um projeto internacionalmente bem-sucedido para seus clientes.

Contabilidade nacional e internacional: entenda a diferença

Como países têm autonomia e soberania para criarem suas próprias leis, de acordo com a realidade de seu povo e o funcionamento de seus sistemas, a consequência disso é que setores como o da contabilidade sejam impactados de maneiras diferentes.

Pense na realidade do nosso país até 50 anos atrás. Na época, havia maior fechamento em relação ao exterior. Sem adoção de normas em comum com outros países, sempre que uma empresa pretendia sofisticar suas ações, ela tinha dificuldades.

Por isso, os procedimentos contábeis envolvendo comércio exterior eram realmente complicados de serem feitos. Naquela época, havia uma contabilidade nacional, que servia para que as movimentações se dessem de acordo com as exigências legais do Brasil. E outra, a internacional, que variava de acordo com a realidade de cada país estrangeiro.

Logo, o cenário era de burocracia sempre que existia a necessidade de um profissional ou uma empresa de se adequar ao mercado internacional.

Com a abertura que começou a se intensificar nos anos 90, surgiu uma necessidade de adequar as regras nacionais às internacionais, de maneira que os investidores externos tivessem maior facilidade para atuar em nosso país.

Para que serve a contabilidade internacional?

procedimentos contabeis

No geral, quando falamos em contabilidade internacional, estamos nos referindo a uma busca por maior homogeneidade na linguagem contábil. Assim, existe um esforço no sentido de aproximar as normas e regras contábeis de maneira a uniformizar os trabalhos.

E o melhor jeito de se fazer isso é seguindo os princípios internacionais de contabilidade mesmo atuando no Brasil. É nesse sentido que as Normas Internacionais de Relatório Financeiro, conhecidas como IFRS, ganham importância.

Tendo a IFRS como referência é possível pensar em pontos em comum que podem ser criados em relatórios financeiros e demonstrativos contábeis. E isso permite que os envolvidos sejam capazes de compreender a situação das empresas estando elas em seu país de destino ou não.

Importância da contabilidade internacional para o contador

O que importa é que a contabilidade internacional padroniza elementos. É essa padronização que permite que uma mesma análise de procedimentos contábeis seja feita em países diferentes. Portanto, para o contador é válido compreender que a contabilidade internacional coloca a organização que ele representa no mesmo nível de apresentação de outros países.

Oferecendo a eles uma análise possível de ser feita de acordo com seu nível de conhecimento, esse passa a ser um instrumento para, em última instância, abrir espaços em mercados diferentes.

Logo, o contador especializado nesse tema é um profissional que apresenta diferenciais no mercado em que atua. Ele funciona de maneira muito mais estratégica do que os demais porque permite à empresa que representa, ter acesso a muito mais do que o mercado nacional. Com ele, a instituição tem como se aproveitar de oportunidades nas economias dos mais variados países.

Principais diferenças entre os procedimentos contábeis nacionais e internacionais

Ainda que exista toda uma transformação que vem desde a década de 90, o Brasil ainda persegue essa homogeneidade. Até porque as leis de cada país exigem determinadas interpretações e regionalismos que impedem essa total adequação.

Nesse sentido, o mais importante é o contador entender que as diferenças existem e saber como lidar com elas. Confira as principais.

1. Base de valor contábil

Normas internacionais costumam aceitar o uso do conceito de valor justo. Já no nosso país, se aplica a base de valor contábil nos procedimentos contábeis.

2. Desvios de práticas contábeis

Enquanto internacionalmente essa prática é aceita quando há contribuição com uma melhor apresentação de resultados, no Brasil o procedimento não é previsto.

3. Demonstrações financeiras

Existem diferenças consideráveis em relação a:

  • estrutura do Balanço Patrimonial;
  • Demonstração do Fluxo de Caixa;
  • mudanças nas políticas contábeis.

4. Combinação de negócios

Internacionalmente, as normas estabelecem que ativos e passivos adquiridos precisam ser avaliados tendo como referência o valor justo. No nosso país, por sua vez, a referência é o valor contábil original.

5. Ágio e ativos intangíveis

Neste caso, as normas internacionais preveem que o ágio, bem como os ativos intangíveis não sofram amortização.

Assim, é realizado anualmente o teste de impairment, que permite avaliar se o valor de recuperação é maior que o contábil. No Brasil esse teste não existe. Dessa forma, o ágio é amortizado em no máximo 10 anos.

6. Derivativos, Hedge, entre outros

No exterior são avaliados ao valor justo de acordo com as regras internacionais. Já aqui, é preciso observar o valor da curva das operações, de maneira que sejam reconhecidos tanto ganho quanto perdas diretas do resultados.

O que o profissional contábil precisa fazer para lidar com essa dificuldade

A referência está nas IFRS, aceitas em mais de 120 países. Com elas é possível trabalhar com critérios para registrar e classificar os eventos contábeis de maneira compreensível para os envolvidos.

A ideia é que as IFRS tornem os relatórios compreensíveis para empresas de diferentes nacionalidades. Isso aumenta as chances de negociação dentre companhias de origens diferentes.

Em resumo, ter atenção às IFRS é trabalhar com uma linguagem universal contábil, tornando relatórios acessíveis. Para fins de comparação, as IFRS funcionam como se fosse a língua inglesa, no sentido de servir como a linguagem universal da contabilidade.

Sendo assim, para o profissional é indicado adequar as demonstrações contábeis às IFRS e apontar isso no documento. Da mesma forma, traduzir as demonstrações para o inglês, por ser essa a língua mais aceita universalmente e, por fim, adotar uma moeda de relatório que siga a referência internacional, na prática, o dólar.

Entendeu agora como padronizar os procedimentos contábeis da sua empresa de acordo com a realidade internacional? Então não perca tempo e confira novos conteúdos no nosso blog.

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Sobre o autor
Diretor da Vertical Contábil da Alterdata.
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