Que a crise mundial influencia no dia a dia das pessoas, nós sabemos. Mas você já se perguntou se existem meios para reduzir os danos causados por ela?
O mundo globalizado tem suas vantagens e desvantagens, uma das desvantagens está relacionada aos efeitos negativos que certas crises externas podem gerar no Brasil.
Sabe-se que, o Brasil já foi afetado por diversos problemas externos, como a crise hipotecária de 2008 dos Estados Unidos, a pandemia da COVID-19 e mais recentemente a guerra na Ucrânia.
Todos esses eventos trouxeram impactos do exterior para dentro do país. Ou seja, nem sempre o problema tem origem no Brasil.
Se você quer conhecer mais sobre a influência da economia mundial em nosso dia a dia, acompanhe o artigo!
Dependência do exterior
Como acontece com boa parte dos países, o Brasil tem certa dependência do comércio exterior. Portanto, uma crise em um país do outro lado do mundo, pode provocar sérios problemas à economia nacional.
Mesmo que esse país ou região, não tenha grande comércio com o Brasil, uma simples crise, pode provocar efeitos em outros países que por sua vez, pode desestabilizar a economia brasileira.
Por exemplo: a crise hipotecária nos Estados Unidos gerou uma crise direta aos norte-americanos, inclusive com a falência de um dos maiores bancos de investimentos, o Lehman Brothers.
Porém, a queda na economia, além de gerar desempregos e problemas financeiros a milhões de pessoas, gerou queda no consumo.
Com menos pessoas consumindo, as fábricas e indústrias pelo mundo tiveram menos procura e isso provoca queda nas vendas que por sua vez, puxa o desemprego.
Assim, se inicia um efeito cascata que acaba provocando desemprego e queda nas vendas em diversos países.
Outro exemplo é a guerra na Ucrânia. Pois tanto a Ucrânia e a Rússia possuem comércio com o Brasil, mas ainda assim, o Brasil não é tão dependente.
Existem alguns itens que são muito importantes, como produtos russos utilizados na agricultura, mas não chega a ser algo similar à dependência que a Europa tem, com o gás.
Mesmo sem uma dependência tão relevante, o Brasil vem sofrendo com os impactos da guerra, principalmente no que tange o preço dos combustíveis.
A Rússia é uma das maiores produtoras do mundo de combustíveis. Com a guerra, grande parte das potências ocidentais lançaram sanções à Rússia e isso gerou aumento nos preços de diversas commodities, dentre elas, o petróleo.
Com um “produtor a menos”, a oferta de petróleo foi reduzida e isso gerou a disparada nos preços. Agora as coisas vêm se estabilizando um pouco, mas com a continuidade do conflito, não há certeza com relação à manutenção dos preços.
Os grãos também foram afetados. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia, juntas, são exportadoras relevantes de trigo.
Efeito do dólar na economia brasileira
Outro ponto relevante está no dólar. A moeda norte-americana funciona como base para muitos negócios no exterior.
Ao comprar ou vender produtos para o exterior, normalmente, o dólar é a moeda mais utilizada. Observando isso, a volatilidade da moeda pode provocar oscilações no Brasil, suficientes para mexer com os preços de diversos produtos e serviços.
Por exemplo: os Estados Unidos estão elevando a taxa de juros por lá. Com a alta da inflação, o Banco Central norte-americano, toma iniciativas similares ao BC brasileiro, portanto, sobem os juros.
Ao oferecer mais juros ao mercado, os Estados Unidos começa a atrair mais investidores, uma vez que o título público norte-americano é mais seguro do que aqueles vendidos por países em desenvolvimento, como acontece no Brasil.
Desse modo, há uma tendência natural que o dólar se valorize. Havendo a valorização do dólar, os produtos e serviços precificados em dólar, vão sofrer ajustes no Brasil, ocasionando um eventual aumento nos preços.
Essa movimentação pode acabar influenciando na alta da inflação e gerando um aumento em cadeia. Então, fique atento, ao identificar o aumento do dólar e uma possível continuidade no movimento, a inflação pode ser o próximo item a sofrer aumento.
Políticas comerciais
As políticas comerciais que os países têm também podem afetar indiretamente e diretamente a economia brasileira.
Por exemplo, a China já realizou alguns embargos à proteína brasileira. Outros países também já fizeram o mesmo com as proteínas que são exportadas pelo Brasil.
Um embargo assim acaba influenciando diretamente o setor de alimentos, além da bolsa que por sua vez, cai. Outro ponto está ligado ao dólar.
Notícias que envolvem embargos ou problemas relacionados a produtos que são exportados e, portanto, são relevantes para o comércio brasileiro, acabam influenciando o dólar.
Em uma situação assim, a moeda norte-americana costuma se valorizar, deixando os produtos precificados em dólar, mais caros.
Outro exemplo está relacionado às commodities, como o ferro. O Brasil tem uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.
A Vale exporta ferro à China, assim, quando o governo chinês está incentivando a compra de ferro, a Vale vende bastante e contribui para a valorização do mercado nacional e até com a arrecadação federal, mais faturamento mais tributos.
Por mais que a Vale seja somente uma empresa, o Brasil ainda depende bastante dos negócios feitos por ela e por outras empresas que têm como base a extração de commodities. Assim, quando as commodities estão bem, o Brasil como um todo ganha.
Como se proteger da influência sobre a nossa economia?
Infelizmente não há muito que fazer para evitar a influência do mercado externo sobre a nossa economia.
Como o Brasil e boa parte dos países sofrem muito com a influência do dólar e do mercado em geral, a pessoa precisa acompanhar de perto as novidades sobre o mercado e se preparar para eventuais variações.
Muitas empresas que dependem do mercado externo se utilizam de ferramentas financeiras para proteger seus negócios.
Um bom exemplo são as operações de Hedge, onde a empresa se posiciona em dólares a fim de mitigar os danos das variações da moeda americana.
Outra forma de reduzir os riscos para os investidores é por meio da diversificação, explorando ativos de outros países, por exemplo.
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