Um tubarão no seu próprio aquário: o ser humano nasceu para ser desafiado: durante milhões de anos tivemos que correr para conquistar nossos objetivos e já na época das cavernas éramos desafiados a conseguir alimentos, fugir de predadores e dar continuidade à espécie. Quando os desafios não existem, perdemos o nosso brilho natural.
Os japoneses sempre gostaram de peixe fresco. Contudo, as águas perto do Japão não produzem mais peixes há bastante tempo. Assim, para conseguir abastecer a população, os japoneses começaram a fabricar navios pesqueiros maiores para alcançar grandes distâncias. Quanto mais distante os navios iam, mais demoravam para retornar – e se demorassem muito, o peixe já não era fresco, o que repugnava os consumidores. Para resolver o problema, as empresas pesqueiras instalaram frigoríficos nos navios, que congelavam os peixes assim que eram pescados, permitindo que as embarcações fossem mais distante. Entretanto, os japoneses conseguiam distinguir entre o peixe fresco e o congelado, e não gostavam dos que tinham passado pelo frigorífico. Mais uma vez as empresas de pesca tentaram resolver o problema: instalaram nos navios aquários onde colocavam os peixes vivos à medida que eram pescados, lotando os tanques até não caber mais. Os peixes ficavam cansados por não terem espaço para nadar. Infelizmente os japoneses não gostavam do sabor diferente destes peixes.
Como resolver este problema? Quando “nadamos” em nossa vida profissional, nos movimentamos o tempo inteiro, corremos atrás de objetivos e sonhos – o que nos torna profissionais alertas e dinâmicos. Porém, às vezes, a vida nos coloca em aquários onde não precisamos nadar, onde não necessitamos nos esforçar para conseguir algo e, com isso, nos tornamos profissionais apáticos. A maioria das pessoas que conquista algo significativo – profissional ou pessoal –, tende a se acomodar, como se não precisasse mais trabalhar com tanto empenho.
Segundo L. Ron Hubbard observou no começo dos anos 50 “O homem progride, estranhamente, somente em um ambiente desafiador”. Quanto mais inteligente, persistente e competitiva a pessoa for, mais gostará de resolver problemas. Se seus desafios são de proporção correta e você consegue, passo a passo, superá-los, será uma pessoa feliz. Os japoneses não pararam de pensar até resolver este problema e chegaram a uma conclusão muito semelhante ao que acontece no mundo real dos humanos: colocaram dentro do aquário, junto com os peixes, um pequeno tubarão. Este predador come alguns peixes, mas a maioria deles chega ao destino viva, esperta e nadando rápido – e desta forma, muito fresca. Os peixes são desafiados e o instinto os faz ficarem espertos. Com isso as empresas de pesca preservaram seus peixes frescos, retornando os preços aos patamares anteriores.
Metaforicamente, ter um tubarão no aquário é saudável. O profissional de qualidade deve mergulhar no aquário que tenha um tubarão, deve estar ligado em ambientes muito competitivos, deve se colocar em situações desafiadoras na maior parte do tempo, o que vai prepará-lo melhor. O bom profissional não espera alguém colocá-lo no aquário com o tubarão. Ele mesmo se desafia.
Se você é líder de um setor ou empresa, lembre-se de que seus subordinados são seres humanos regidos por esta lei do tubarão, ou seja, se você não mantiver o grupo desafiado, terá pessoas acomodadas e descansadas no seu time. Assim, é importante ter metas e objetivos que façam todos velozes e alertas o tempo inteiro. E para que isso aconteça, não é necessariamente preciso usar força ou cobrança excessiva, não precisa tornar a empresa ou o setor ambientes hostis, pois é fundamental que todos se sintam cobrados, não escravizados.
Como diretor e fundador da Alterdata Software, tenho a oportunidade de conhecer e contribuir para melhoria de cerca de 30.000 clientes. No trato com alguns deles impressiona observar empresas apáticas e sem velocidade. Normalmente isso acontece porque o principal executivo está nesta situação, com reflexo sobre todos da empresa. Vejo companhias em que profissionais com aproximadamente 30 anos estão assumindo as empresas dos pais, que estão na casa dos 55, onde o conflito de velocidade e interesse é notório, passando até mesmo a complicar a relação e o desempenho da empresa. Certamente isso acontece porque os mais idosos não querem mais um tubarão no aquário, mas os mais novos precisam deste tubarão para manter o ritmo.
Vivemos uma era onde a velocidade da transformação rege o nosso tempo. Gretzky, o impressionante jogador de hóquei disse: “O importante não é onde o disco está, mas sim para onde ele está indo”. O disco do jogo de hóquei no gelo é muito rápido, muda de direção o tempo inteiro, muito semelhante ao mercado de trabalho, às inovações, às mudanças do concorrente. Assim, é importante, além de fazer o hoje muito bem, tentar prever o amanhã com menos erros.
Sendo assim, uma boa forma de manter o tubarão sob controle é planejar o futuro, sem deixar que ele chegue inesperadamente. Você pode agir singularmente dependendo do seu cargo na empresa:
- EMPRESÁRIO: Pare uma tarde e pense na sua empresa. Comece refletindo qual o propósito dela. Se você tem uma Pet Shop, reflita se o objetivo é atender bichinhos e vender produtos ou é tornar os donos dos animais mais felizes. Agora que definiu o motivo filosófico da sua empresa, pondere se as ações, rotinas e métodos aplicados estão de acordo com este paradigma. Você pode se surpreender com rotinas que visam apenas o caixa antes de atender a filosofia da companhia. Neste momento, pare e pense mais uma vez, analise se as pessoas que trabalham com você possuem os valores, as crenças e a ética para contribuírem para o propósito da firma. Indo mais longe, analise se há um tubarão no seu aquário, se tem algo que o faz mover-se rapidamente, se tem um concorrente agressivo, se existe uma premissa de mudar algo, se há uma ameaça ao seu negócio, se o seu mercado está mudando mais rápido do que a sua capacidade de se adaptar. Se existir este tubarão você terá grandes chances de ter uma empresa diferenciada no mercado. Mas se você não se vê amedrontado pelo tubarão, sugiro que contrate alguém para ajudá-lo a descobrir os fatores que lhe colocarão em desconforto.
- GERENTE: Se você é um líder de departamento precisa ter a noção de que é muito importante colocar um tubarão no seu setor, que as metas e objetivos sejam desafiadores, que as pessoas percebam que uma empresa se faz com cada setor contribuindo para o todo. Se tudo estiver muito calmo no departamento é sinal de que algo não está indo bem, pois inovação e transformação contínua garantem o crescimento de todos na carreira e isso se faz com suor, dificuldade e desafio. O líder precisa estimular todos a contribuírem com a gestão em vez de apenas serem tarefeiros. Segundo Gary Cohen, reconhecido jornalista esportivo nos EUA, “Os bons líderes não dizem a seus colaboradores o que têm que fazer: motivam-nos a agir com perguntas”. Isso quer dizer que gerar questões polêmicas faz parte de manter todos em movimento, nadando forte para não serem engolidos pelo tubarão chamado “mudança”.
Já escutei de alguns funcionários de clientes: “Aqui na empresa é terrível, a cobrança por objetivos é muito pesada, o líder fica medindo a empresa inteira e temos que aprender o tempo todo”. Este é o tipo de empresa que ficará viva por dezenas e dezenas de anos. Esta é a empresa que mais abre oportunidades para todos subirem na carreira e quase sempre é a empresa que mais suporta as marolas e oscilações do mercado em que está inserida. Todo segmento de mercado tem momentos bons e ruins, contudo, a empresa que mantém o ritmo forte e contínuo nos dois momentos é a que mais tem destaque. Existem empresas que quando estão no momento bom, sem o tubarão, levam as coisas de forma superficial, sem cobranças, sem metas, sem objetivos claros, perdendo o foco e o momento de crescer de forma bem estruturada. O que acredito ser importante para o bom profissional é perceber que o ritmo de uma empresa precisa evoluir como se estivesse o tempo inteiro em crise, controlando os custos sempre, aferindo resultados todos os dias, fixando metas de curto e longo prazo para todos os setores da companhia, criando um jeito próprio de ter uma pegada forte, independentemente da situação em que se enquadra.
Se você trabalha em uma empresa onde as coisas são muito fáceis por falta de cobrança, metas e objetivos, você tem uma oportunidade fantástica de crescimento. Comece você mesmo a colocar um tubarão no aquário, crie seus objetivos, estimule o seu líder a criar indicadores de desempenho por setor, fomente um ambiente veloz. Feito isso, não tenho dúvidas de que você ganhará muito valor na empresa. Lembre-se, porém, que este processo de mudança é muito psicológico, tem a ver com persistência e hábitos regulares. Então, não adianta apenas falar, é importante praticar. Não se esqueça também que poderão haver gerações de idades muito diferentes, que precisam de estímulos distintos. Os integrantes da Geração Y, que estão com menos de 30 anos, gostam de desafios, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, querem curtir o caminho mais do que sonhar com a chegada, ao passo que as pessoas que estão com mais de 50 anos são mais estáveis, sonham com algo que lhes dê tranquilidade e estabilidade. Isso quer dizer que o tubarão no aquário terá efeitos diferentes para cada perfil de profissional, tendo em vista que estamos falando de motivações psicológicas.
Então pratiquemos: como atividade, que tal se você, como líder, pegar este artigo, e compartilhar com todos na empresa para que o leiam? Dê um ou dois dias para que todos o analisem. Daí, marque uma reunião para elencarem quais são os tubarões que fazem com que se movam continuamente. Você observará que alguns não possuem cobrança visível – o que não está correto. Alguns departamentos visualizam tubarões imaginários, que existem apenas na cabeça de uma pessoa e não no departamento. Diga para todos que esta dinâmica visa criar um ambiente colaborativo, para que todos ajudem a montar uma estrutura de cobrança mútua. Você verá comentários de que um setor não funciona bem porque depende do outro departamento, tentando assim trocar o tubarão de tanque, eximindo-se do desconforto. Verá pessoas que não abrigam medo do ambiente veloz e mutável, da mesma forma que haverá aqueles que acham estressante e cansativo estudar sempre. Enfim, você, como líder, criará o que é mais importante para uma empresa: entender o seu time, saber mais detalhes das pessoas e ainda ter a chance de ser o tubarão no aquário de cada setor, visto que a presença do líder envolvido, criando objetivos e metas faz todos se mexerem e se aprimorarem.
Esteja certo de que sua empresa funcionará melhor com um tubarão no aquário.
Por: Ladmir Carvalho
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Ponha um TUBARÃO no seu TANQUE
(Celito Medeiros)
Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar. Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco.
E os japoneses não gostaram do gosto destes peixes. Para resolver este problema as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por muito mais tempo. Entretanto, os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado, e é claro, eles não gostaram do peixe congelado.
Deste modo, o peixe congelado tornou os preços mais baixos. Então as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros. Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, “como sardinhas”. Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavam cansados e abatidos, porém, vivos. Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença do gosto. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático. Então, como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer ao Japão peixes com gosto de puro frescor? Se você estivesse dando consultoria para a empresa de pesca, o que você recomendaria? Quando as pessoas atingem seus objetivos tais como, quando encontram um namorado maravilhoso, começam com sucesso numa empresa nova, pagam todas suas dívidas ou o que quer que seja, elas podem perder as suas paixões. Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, então relaxam. Elas passam pelo mesmo problema que os ganhadores de loteria que gastam todo seu dinheiro, o mesmo problema de herdeiros que nunca crescem e de donas de casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja preta. Para esses problemas, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, a solução é bem simples. L. Ron Hubbard observou no começo dos anos 50. “O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador”.
Quanto mais inteligente, persistente e competitivo você é, mais você gosta de um bom problema. Se seus desafios estão de um tamanho correto e você consegue, passo a passo, conquistar esses desafios, você fica muito feliz. Você pensa em seus desafios e se sente com mais energia. Você fica excitado em tentar novas soluções. Você se diverte. Você fica vivo! Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas ainda colocam os peixes dentro de tanques. Mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega “muito vivo”. Os peixes são desafiados.
Portanto, ao invés de evitar desafios, pule dentro deles. Massacre-os. Curta o jogo. Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista. Se reorganize! Busque mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda.
Se você alcançou seus objetivos, coloque objetivos maiores. Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá de encontro aos objetivos do seu grupo, da sociedade e até mesmo da humanidade.
Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele. Se aposente, mas invente. Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer diferença.
“Então, ponha um tubarão no seu tanque e veja quão longe você realmente pode chegar”.
Texto de Celito Medeiros – 2005 – Reg BN-RJ (MinC).
Autorizada publicação com os créditos – MBA, USA.
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Ficamos felizes com seu retorno Rafael! 😉
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