Recentemente, lendo o livro do Peter Drucker “Desafios Gerenciais para o Século XXI”, descobri um trecho interessante que pode contribuir para os líderes refletirem melhor sobre o processo de mudança de que cada um precisa para um efetivo crescimento na carreira na ERA DO CONHECIMENTO que vivemos.
O Brasil tem crescido muito e, desta forma, precisa de líderes que pensem diferente, que se movam diferentemente, que gerem ações distintas das que estão gerando, e a julgar pelo livro de Drucker, isso não é exclusividade de nosso país ou do mercado em que estamos inseridos. Como profissional de informática, especializado em sistemas de gestão, vejo que as empresas que mais crescem são aquelas que mais mudam sua estrutura de funcionamento, são as mais adaptáveis às novas regras do mercado, são aquelas mais abertas a escutar o que o mercado quer e, desta forma, são as que mais geram oportunidades internas para os profissionais que têm o mesmo perfil, ou seja, que estudam continuamente, que aceitam novos desafios, que promovem a mudança para melhor no setor em que estão.
Drucker ensina que, para ser um líder de mudanças, é preciso disposição e capacidade para mudar aquilo que está sendo feito, bem como para fazer coisas novas. Contudo, é necessária, também, a adoção de algumas políticas:
1. Abandono do ontem: a primeira necessidade é liberar recursos, deixando de comprometê-los com a manutenção do que não mais contribui para o desempenho e não produz resultados. “Não é possível criar o amanhã sem joguar fora o ontem”. Para o autor é necessário abandonar o “o que” e o “como”, embora essas nunca sejam medidas populares.
2. Aperfeiçoamento organizado: qualquer coisa que uma empresa faça, interna e externamente, precisa ser aperfeiçoada de maneira contínua, a uma taxa anual prefixada: na maior parte das áreas, como têm mostrado os japoneses, uma taxa anual de aperfeiçoamento de 3% é realista e atingível. O autor ensina que aperfeiçoamento contínuo em qualquer área transforma a operação e leva à inovação nos produtos e serviços, além de novos processos e negócios.
3. Exploração do sucesso: para serem líderes de mudanças, as instituições precisam focar em oportunidades. “As instituições que têm sucesso em serem líderes de mudanças certificam-se de alocar pessoal às oportunidades”, revela Drucker. Isso significa explorar os próprios sucessos e construir sobre eles.
4. Inovação sistemática: embora não seja a mais importante, essa é a área que vem recebendo mais atenção hoje, e a principal razão é que uma política de inovação sistemática produz a mentalidade para que a empresa seja líder de mudanças. “Ela faz com que a organização inteira veja mudanças como oportunidades”.
5. Políticas contábeis e orçamentárias adequadas: na maior parte das empresas, existe somente um orçamento ajustado ao ciclo dos negócios. Em épocas boas, os gastos aumentam de forma generalizada, e vice-versa em épocas más. “Isso praticamente garante a perda no futuro”, adverte Drucker. O primeiro orçamento é o operacional, que mostra os gastos para manter o negócio (80% a 90% dos gastos totais). O líder de mudanças tem um segundo orçamento separado para o futuro que permanece estável em épocas boas ou más (10% a 12% dos gastos totais). “O orçamento para o futuro também deve incluir gastos para explorar o sucesso”.
6. Continuidade: mudanças e continuidade não são opostas. As pessoas têm de saber onde estão e o que podem esperar da empresa. Para mudar rapidamente, é preciso manter relacionamentos próximos e contínuos também com fornecedores e distribuidores. “O equilíbrio entre mudança e continuidade requer um trabalho ininterrupto de informação, não pode haver surpresas”. Esse equilíbrio deve se basear em compensação, reconhecimento e recompensas.
7. Criação do futuro: as mudanças de curso precisam se adequar às realidades. Contudo, dentro das restrições, o futuro é maleável, “ainda pode ser criado”. Drucker considera que criar o futuro é altamente arriscado, mas não tentar criá-lo é muito mais.
Desta forma, com os ensinamentos de Drucker, percebemos que tanto as empresas quanto as pessoas precisam estar cientes de que a mudança é a única certeza que temos do futuro e, desta forma, precisam se preparar para esta realidade, precisam de métodos para se ajustarem a este novo momento. É importante que os líderes entendam que não é mais possível administrar uma empresa ou suas carreiras como se fazia 40 anos atrás, já que houve mudança no mercado, clientes mudaram, os funcionários mudaram, e desta forma a estrutura administrativa e estratégica também precisa mudar.
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