A embalagem se tornou uma experiência diária para a maioria das pessoas. Se observarmos uma criança no supermercado, vemos claramente como ela passará sem atenção pela área de produtos de limpeza, e quanto tempo ela observará as prateleiras de guloseimas.
1. A embalagem e sua definição
Esse artigo mostra a importância do design de embalagens, apontando aspectos visuais. Desta forma, é necessário abordar alguns elementos de comunicação, como cores, formas e tipografia, compreendendo e explorando a relação entre consumidor e embalagem. Os rótulos e embalagens passaram a ter atenção de desenvolvimento que, além de conter, transportar ou conservar produtos, podem ser um objeto de indução frente ao consumidor, levando-o a almejar o que ela pode representar.
Os consumidores também mostram novos hábitos, estão mais exigentes e com mais conhecimento diante de tanta informação e ofertas, conseguindo entender, escolher e agir para realizar suas necessidades e desejos e, cada vez mais interessados em suas experiências. Eles estão se tornando os responsáveis que desafiam a publicidade, o marketing e o design a buscarem e desenvolverem produtos que motivem e influenciem no momento da tomada de decisão de compra.
Podemos ver, por exemplo, com as mudanças no mundo atual, o delivery apostando em embalagens diferenciadas de entrega com carinho e mensagens de afeto, muitas vezes escritas à mão, o que se destaca, principalmente, em redes sociais e gera divulgação espontânea.
Dentro de um projeto, Mestriner (2001, p.10) indica a linguagem visual das embalagens como “um vocabulário que os designers precisam conhecer para poder se comunicarem com os consumidores”. A apresentação visual das embalagens pode atribuir aos produtos qualidades que conduzam sensações ligadas às do usuário, pois “o design passou a ser a linguagem com que molda esses objetos e fazem as mensagens que eles carregam” (SUDJIC, 2010, p. 21). Dessa maneira, os conteúdos associados à embalagem passam a ter significados para o consumidor. Tal significação é usada na construção da mensagem estabelecida no layout do projeto.
2. A experiência do consumidor
A principal função da embalagem é proteger o produto até que ele chegue às mãos do cliente. Sendo assim, visto como o primeiro ponto a ser considerado diante da customização, mas não o único. Conservar e armazenar o produto, servir de guia de informações sobre o conteúdo, agregar valor à marca e promover um relacionamento no ponto de venda, seja no plano lógico ou emocional no ato da compra.
Em muitos momentos as compras são motivadas por desejos. De acordo com uma pesquisa feita pela Packaging Matters em 2015 nos Estados Unidos, 70% dos consumidores utilizam a embalagem para saber mais sobre a marca, 66% já provaram algo novo somente por causa dela, e 59% comparam por causa das embalagens entre mesmos produtos concorrentes. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), o índice de decisão no PDV chega a 85% – o maior em escala mundial. O consumidor compra com os olhos.
Mas para desempenhar um bom trabalho, é preciso conhecer o público-alvo. A embalagem é uma mídia poderosa, quanto mais bem desenvolvida, mais garantia de que a experiência do consumidor será positiva, e isso deve ser o objetivo do marketing. Exercendo o poder de sedução, conquistando o consumidor e despertando nele o desejo de compra.
Confirmando, Philip Kotler afirma que a embalagem não só protege, mas também se caracteriza por uma poderosa ferramenta de marketing, com várias tarefas de venda, que vão desde a atração do cliente até a descrição do produto e a concretização da venda.
A experiência é capaz de ligar uma marca ao estilo de vida do consumidor, possibilitando que os seus atos no momento da tomada de decisão façam parte de um contexto social. Gerando valor sensorial, emocional, comportamental e de aprendizagem. A experiência busca o lado emocional do consumidor e gera relação mais ativas entre ele, a marca e o produto. Causando ao agente uma verdadeira imersão no ambiente de compra.
A experiência sendo positiva, em relação conjunta com a qualidade desejável do produto, nesse momento deixa de ser consumidor e passa a ser usuário da marca, associando as sensações e vivendo o valor ligado aos produtos.
Gostou das dicas? Preparamos a segunda parte explicando fatores como tipografia, cores, história e tecnologias inovadoras se tornam grandes diferenciais competitivos, que valorizam e aguçam o interesse de seus apreciadores. Continue sua leitura.