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#FeitadeGente – José Ronaldo e Ladmir

Feita de gente - Ladmir e José Ronaldo

Nesse mês de julho a Alterdata Software completa 30 anos de história. Uma empresa de tecnologia se manter tanto tempo no mercado em constante crescimento é um fato visto em poucos lugares do mundo. Então, para celebrar essa caminhada de sucesso a empresa vai realizar diversas ações especiais, entre elas, o nosso Feita de Gente, que vai mostrar um pouco dessa história sob a ótica dos fundadores, Ladmir Carvalho e José Ronaldo da Costa, que contam alguns detalhes, até então, desconhecidos de quem já está acostumado a ver a Alterdata como a gigante que é no mercado.

Antes de serem parceiros de negócios, Ladmir e José Ronaldo vieram de famílias que eram amigas.

“Sou cinco anos mais velho que o José Ronaldo. Minha mãe é amiga da mãe dele antes mesmo de nós nascermos. Há um relacionamento como de uma família, bem próximo. Eu me casei aos 21 anos, José Ronaldo ainda tinha seus 16 anos e, inclusive, ele foi no meu casamento. No início, só eu trabalhava com informática, pois era recém-casado e tinha compromisso com minha família. O José Ronaldo não trabalhava com isso, mas já tinha um interesse nessa área que era muito forte”, lembra Ladmir.

Ladmir conta que assim que começou a lidar profissionalmente com tecnologia, já conseguiu seus primeiros clientes: “Quando fui morar em Petrópolis, comecei a trabalhar com informática e consegui alguns clientes. O José Ronaldo ficou sabendo disso e foi a partir daí que ele também começou a se envolver com programação. Até que surgiu um cliente. Foi um contador que pediu ao José Ronaldo um software de DP, mas ele nunca tinha feito isso. Ele me ligou, contou a história e eu disse: ‘Calma. Nós vamos fazer isso juntos’. E esse foi nosso primeiro contrato”.

José Ronaldo conta um pouco sobre como era a “transferência de dados” da época: “Ladmir já tinha conhecimento em DP porque ele trabalhava junto com o sogro dele nessa área. Antes dele casar e ir para Petrópolis a gente já mexia no TK-85, mas não era nada profissional, a gente só ‘brincava’. Quando a gente queria trocar informações a gente fazia isso em grupo, com as pessoas que a gente sabia que também tinham computador ou que mexiam com tecnologia. Na época, minha mãe quem comentou que o Ladmir também tinha computador. Era tudo hobby, a gente trocava os programas, as publicações, mas tudo de forma presencial, para usar no computador de casa”.

Formação acadêmica

A formação acadêmica dos nossos fundadores é diferente, mas ambas foram importantíssimas para a construção da Alterdata como é hoje. “Sou formado em Direito, com pós em negócio e MBA em gestão. Eu queria mesmo ter feito faculdade de engenharia, porque sempre fui melhor no colégio em exatas, mas não consegui passar para uma faculdade federal, pois minha família não podia pagar uma faculdade privada. Então, com medo de não fazer um curso superior, eu fui fazer Direito em Petrópolis. O que acabou sendo muito importante para a Alterdata. O nascimento da empresa teve muito a ver com o conhecimento com contadores e advogados de Petrópolis, o que nos ajudou imensamente”, disse Ladmir.

“No meu caso, a engenharia também era a primeira opção. Mas, quando comecei a mexer com computadores como hobby, minhas ideias começaram a mudar. Então, eu fiz um curso técnico. De manhã eu cursava o 2º grau normalmente e à tarde eu fazia um técnico em programação de computadores. Teoricamente, eu já tinha uma profissão. Quando esse curso terminou, eu quis aprofundar e fazer mais um na PUC do Rio, que não era uma graduação, mas teve a duração de um ano em uma imersão sobre programação de computadores, para formação rápida. Esse curso implantado no Brasil pela IBM na PUC-Rio, junto com o MIT, porque não havia mão de obra especializada no país para utilizar os computadores da IBM. Os professores desse curso eram altamente capacitados, doutorados ou pós-doutorados em tecnologia, para que se tenha uma noção do nível. Fiquei como Steve Jobs e Bill Gates, me foquei tanto na parte prática que ficou faltando a parte da graduação”, conta José Ronaldo.

Ladmir enfatiza que, apesar de não ter feito uma faculdade na área, a parte prática e a vontade de conhecer novas tecnologias supriram e o fizeram buscar cada vez mais conhecimento: “Na área de tecnologia, eu sou autodidata. Nunca fiz curso. Nós éramos dois programadores, no início, mas eu mesmo nunca fiz cursos. O que nos moveu foram duas coisas: primeiramente o dom. Tínhamos essa tendência à tecnologia. Nós temos características muito parecidas nesse sentido: os dois somos autodidatas. Até hoje. Se vemos algo diferente, trocamos livros e conseguimos aprender. Normalmente, não existe a necessidade de fazermos cursos e, essa habilidade de aprender as coisas sozinhos, é muito poderosa. Hoje temos informações em abundância, mas há 30 anos, não tínhamos”, lembra.

“Se você observar a nossa história e a de outras empresas de tecnologia como a Microsoft, são muito parecidas. Começaram entre amigos trocando as informações, pois era assim que nós fazíamos. E nós não gostávamos especificamente de computadores. Gostávamos de tecnologia em geral. Tudo o que fosse tecnológico a gente queria entender, queria conhecer mais. No caso, o computador era a melhor tecnologia que tinha na época e nós sabíamos que era algo que ia mudar o mundo, mas ninguém pensou que chegaria ao nível que chegamos. Cientista nenhum fazia ideia que estaríamos na realidade que hoje estamos. E foi uma evolução rápida. Estamos falando de apenas 30 anos dessa tecnologia como hoje conhecemos. Ninguém nunca imaginou que um smartphone, como hoje nós usamos, seria mais potente do que o TK-85 que a gente usava nos ‘primórdios’. O que o Ladmir fala de dom, é o gostar muito de tecnologia!”, explica José Ronaldo.

Valores sólidos

Gerir uma empresa do tamanho da Alterdata com 1600 colaboradores e 100 bases espalhadas pelo Brasil requer valores sólidos, como explica Ladmir: “Outra coisa em que somos convergentes, e que tem muita importância, é a ética. Sempre fomos muito sérios. Quando a gente via algo errado, nós nos olhávamos e, simultaneamente, dizíamos: ‘Não!’. Tudo o que pudesse nos levar para qualquer coisa negativa ou obscura era rejeitado imediatamente. Não nos corrompíamos e não nos corrompemos. Não participamos de esquemas, não sonegamos. Essa nossa característica nos poupa grandes problemas de relacionamento entre nós, tanto que, em 30 anos, nunca brigamos. Nem por dinheiro, nem por poder, nem por influência. Quando discordamos, porque nós discordamos sim, pois temos personalidades diferentes, nós conversamos. A gente debate e chega a um denominador comum. E essa nossa relação se tornou um dos pilares da companhia”.

José Ronaldo enfatiza a questão ética como um dos pontos positivos na relação dos dois, se tornando um dos pilares fundamentais da empresa, tanto internamente quanto na forma como a empresa se apresenta para o mercado. “Temos uma ética de negócios muito próxima, apesar de termos personalidades diferentes. Nossos valores éticos não divergem. Nossa forma de tratar as pessoas também é parecida: prezamos pelo respeito. Temos facetas diferentes, mas nossos valores estão sempre alinhados. Nossa ética nos negócios vem primeiro. Nunca sonegamos impostos, mesmo quando as pessoas diziam que era ‘maluquice’ pagar ao governo. A gente sabia que se queríamos fazer as coisas darem certo, precisávamos fazer tudo direito. Nunca atrasamos uma folha de pagamento, nunca deixamos de pagar horas extras, nunca demos propinas para fiscais, nunca oferecemos dinheiro para fechar qualquer tipo de negócio. A empresa só chegou a esse tamanho, com esse número de filiais e canais, porque nós agimos certo”.

A empresa ganhou uma proporção nunca esperada por seus fundadores

“Uma coisa interessante naquele começo, eu com 25 anos e José Ronaldo com 20, que a gente já percebia qual era a habilidade específica de cada um. E, naturalmente, fomos assumindo papéis que nos eram mais confortáveis, que dominávamos mais. Naquela época eu era mais falante e José Ronaldo menos; eu ia para rua, José Ronaldo ficava mais na empresa cuidando dos assuntos internos. Eu ficava com a parte da argumentação com o cliente, e ele, por ser muito técnico, cuidava do produto. E essa divisão de tarefas fez com que nós tecêssemos o futuro. Mesmo assim, jamais imaginamos que chegaríamos a ter uma empresa com 1.600 funcionários. Calculávamos da seguinte forma: sempre daria para dobrar ou triplicar a empresa a partir do ponto em que ela estivesse. Exemplo: quando tinha 50 pessoas, a gente sabia que podia chegar a 100, 150. E, assim, sucessivamente”, conta Ladmir.

José Ronaldo acredita que a falta de ambição em ficar ricos, fez com que eles estivessem sempre voltados para a construção de um produto excelente: “Não sei se Ladmir vai lembrar disso, mas em 1989, o objetivo de ter criado a empresa era apenas o de pagar dois apartamentos pequenos que tínhamos comprado. Nunca quisemos ficar ricos”.

Os desafios foram a força motriz nesses 30 anos

Ladmir acredita que sem os desafios superados nessas três décadas teria sido impossível galgar o lugar em que a empresa se encontra atualmente. “Na medida em que o tempo vai passando, a empresa e nós vamos crescendo através de escadas, de degraus. Se fôssemos da mesma forma que éramos lá atrás, a empresa não seria o que ela é hoje ou teria alguém sentado em nossa cadeira. Precisamos evoluir junto com a empresa. Um desafio forte foi a gestão de gente, pois quando começamos éramos muito bons com nós mesmos. A partir do momento que temos pessoas a nossa volta, somos testados como líderes, como organizadores de equipes, como incentivadores, como capacitadores, e isso foi um desafio violento. Sair do universo técnico, para sermos aqueles que comandam pessoas. Outro desafio foi em 1993, quando percebemos que a margem de lucro estava caindo, e precisávamos ter ganho em escala. Precisávamos mudar o foco da companhia: ter muitos clientes, cobrando pouco. Para isso, teríamos que abrir bases no Brasil todo. E a gente não tinha a menor ideia de como fazer isso. Esse aprendizado foi outro grande desafio, tanto que a maioria dos nossos concorrentes não conseguiu acompanhar esse ritmo. A terceira coisa foi perceber que precisávamos ser fortes administradores de dinheiro, controlando nossas receitas e custos. Viemos de famílias que não puderam investir dinheiro na nossa empresa, famílias de classe média baixa. Então, dependíamos de um controle forte. E, para isso, criamos um colchão financeiro para a companhia que suportava a empresa em momentos de alto investimento. Administrar financeiramente foi outro desafio enorme, pois a gente não sabia fazer isso. Cada época teve desafios diferentes e a gente conseguiu vencê-los”.

José Ronaldo fala sobre os desafios técnicos, que também causaram grande impacto na empresa em diversas fases: “As viradas de tecnologia também foram muito importantes para o negócio. Acompanhar essas mudanças foi fundamental para nossa sustentabilidade enquanto empresa. Começamos a desenvolver sistemas em computadores de 8bits, por exemplo. E, aí, vieram os computadores de 16bits. Tivemos que pegar todo o sistema em 8bits, jogar fora e fazer um novo que se adequasse. Logo depois, os computadores evoluíram para 32bits, com interface gráfica, como o Windows usado hoje. O processo foi o mesmo: tivemos que refazer tudo do zero para acompanhar a tecnologia usada no mercado. Tudo era feito com o sistema rodando, conforme a gente finalizava o novo, migrávamos os dados do antigo para que o cliente não perdesse a capacidade de usar o sistema. Isso cria grandes dificuldades financeiras, porque você precisa investir em duas equipes, novos softwares… Agora, estamos enfrentando outro desafio técnico: os sistemas muito integrados à nuvem, o uso forte dos smartphones e tablets. É outra mudança com a qual temos que lidar e para a qual temos que adaptar os nossos produtos. O sistema em nuvem é diferente do que estávamos acostumados a fazer, precisamos projetar os softwares visando essa nova tecnologia. Lembrando que muitas empresas ficaram pelo caminho, pois não conseguiram acompanhar essas mudanças. Muitas empresas com bons produtos que, assim como não conseguiram expandir, não conseguiram acompanhar essas viradas tecnológicas”.

Sem medo de mudar

“Um pilar importante para nossa companhia continuar crescendo é que a gente não tem medo da mudança. Quando percebemos que não era produtivo ter um suporte para cada base, resolvemos trazer tudo para a Matriz e isso significava ter vários links de conexões, contratar pessoas novas, demitir pessoas nas bases… foi um longo processo, quando ninguém fazia isso. Foi uma mudança radical, mas era o necessário. Hoje, isso é muito comum nas empresas de tecnologia, mas quando nós fizemos não era, só nós fizemos. Fomos até case da Embratel como a empresa com o maior número de links de conexões. De dois anos para cá, reformulamos toda a empresa, as hierarquias, as divisões por verticais, os setores de desenvolvimento, as lideranças, o marketing… tudo para que possamos ter uma estrutura totalmente produtiva e alinhada. A gente não tem medo de avançar em direção do novo”, enfatiza Ladmir.

Além da questão da tecnologia, José Ronaldo fala sobre a gestão de pessoas, algo que hoje é muito comum e falado no mercado, mas que já é uma prioridade da Alterdata desde sua fundação: “Sendo uma empresa de tecnologia, que depende da criatividade humana, como poderíamos existir sem cuidar das pessoas? Precisamos que as pessoas pensem em soluções criativas, e como elas fazem isso se estiverem mal? Sempre tivemos um relacionamento muito bom com nossos funcionários, sempre buscamos ajudar na busca pela solução dos problemas e sempre tivemos plena consciência de que as pessoas precisam se sentir bem dentro de nossa empresa. Tratamos as pessoas com todo respeito. Gestão de pessoas não é só RH, é a cultura da Alterdata”.

Motivações

Após 30 anos, eles ainda se emocionam com impacto que a Alterdata causa na vida das pessoas, seja pelo trabalho na empresa, seja pelo produto oferecido. “O que mais me deixa feliz não é o dinheiro que eu ganho, é a capacidade que temos de mobilizar pessoas. É ver o nosso peso na sociedade, nossa ajuda na carreira das pessoas, é ser referência para um futuro melhor. Esse poder que a empresa tem é o que me emociona muito”, confessa Ladmir.

“Uma coisa interessante que eu e Ladmir temos é nossa falta de ambição em ficar ricos. Esse nunca foi o nosso objetivo principal. Nossa intenção sempre foi construir softwares bons, atender nossos clientes bem… em 30 anos nosso objetivo sempre foi esse. Essa é nossa alma! Eu fico mal se o cliente fala mal da Alterdata, é como se fosse algo sobre mim. Steve Jobs falava isso: ‘Tendo um excelente produto e um excelente atendimento, lucro é consequência’. E nós sempre pensamos dessa mesma forma. Sempre investimos primeiro na Alterdata antes até da nossa vida particular. Quando terminamos o prédio onde hoje é a UCA, nós dois tínhamos apartamentos modestos, os mesmos que tinham sido adquiridos em 89. Ladmir, na verdade, já tinha vendido o dele, deu de entrada em outro e estava pagando um maiorzinho porque ele já tinha duas filhas. A gente sempre colocou a empresa como foco e, naturalmente, isso volta. Minha maior alegria é quando vou no cliente e vejo ele usando o sistema feliz da vida. E o meu maior pesadelo é quando alguém fala que o sistema tá ruim, que o atendimento é horrível. Isso acaba com meu dia. Isso, é claro, além de ver as pessoas criando suas famílias aqui, pois já temos uma segunda geração na empresa, que são os filhos dos funcionários. É a força positiva de uma empresa como essa em uma cidade pequena. Formamos tanta gente, que nos tornamos um polo tecnológico, muita gente sai daqui, monta suas próprias empresas e a gente fica feliz com isso. E a cidade se torna referência em tecnologia” acrescenta José Ronaldo da Costa.

Construindo os próximos 30 anos

De acordo com Ladmir a empresa segue em crescente, seja na expansão de mercado, seja na estrutura organizacional da companhia: “Estamos em um ciclo em que ainda podemos dobrar ou triplicar essa empresa a partir dos métodos que a gente tem. Hoje temos 1.600 pessoas e não vou me espantar se amanhã tivermos 4.000. Dá para fazer isso de uma forma que acompanhe esse ciclo, pois o Brasil está numa fase em que tende a crescer, trouxemos a empresa até aqui com todas as dificuldades da economia do país que não nos ajudou, com inflação e crises. Achamos que a companhia ainda tem muito por fazer. O principal desafio é ter mão de obra qualificada. É um desafio forte, mas achamos que dá para fazer. Estamos numa idade em que a gente começa a ter uma outra governança, as lideranças da companhia têm mais poder do que elas tinham no passado, pois antes concentrávamos muito esse poder. Então, ter 4.000 funcionários não me assusta porque estamos formando pessoas muito boas. Estamos muito animados com o futuro”.

José Ronaldo diz que os próximos 30 anos já estão recebendo a base necessária. “Estamos nos preparando para os próximos 30 anos. Por ser uma empresa de tecnologia, não é fácil se manter por tantos anos pelos motivos que já comentei, nem tem tantas empresas no mundo dentro no nosso setor que viveram por tantos anos. Temos fé que a empresa viva por mais 30 anos e estamos preparando profissionais para conduzir esse processo. Uma empresa como a nossa tem desafios bem grandes e queremos que ela precise cada vez menos de nós. Queremos que ela ande sem a gente. Não é fácil. Empresas que tem fundadores com uma presença tão forte quanto a nossa que estamos aqui todos os dias têm certa dificuldade nessa virada, mas estamos trabalhando para isso”.

Sobre a campanha

A campanha visa mostrar o lado mais humano da empresa, tirando aquela imagem que muitos clientes e público externo têm sobre uma empresa de tecnologia (robô, tudo automático etc). Todas as nossas ações são pensadas sempre no lado humano, no reconhecimento da importância dos colaboradores e, principalmente, entendendo que não somos máquinas.

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